Quando nossos amigos chegam na terceira idade, alguns cuidados devem ser redobrados para garantir a qualidade de vida até o final de suas vidas.
A campanha fevereiro roxo no mundo dos pets foi criada para conscientizar os tutores não somente quanto à doenças degenerativas, como a Síndrome da Disfunção Cognitiva. Mas também, alertar aos cuidados que cães e gatos idosos necessitam nessa fase mais frágil de suas vidas, e todas as outras doenças que acabam surgindo com ela: artrose, diabetes, catarata, entre tantas outras.
Nesse momento, os tutores devem pensar em formas de melhorar a qualidade de vida dos pets, mesmo com doenças crônicas, e retribuir todo o amor que eles sempre deram, desde o início de suas vidas!
O que você vai encontrar nesse post:
Como é o processo de envelhecimento em cães e gatos?
O envelhecimento é um processo que se caracteriza pela perda progressiva da integridade fisiológica do organismo. Há uma ampla variedade de fatores ligados diretamente a esse fenômeno, tanto internos (como a programação genética do pet) quanto externos (como alimentação, clima e estilo de vida), bem como a ocorrência de determinadas doenças.
Em conjunto, esses aspectos determinam o ritmo e a velocidade em que ocorrerá a senescência, ou seja, acelerando ou não o processo degenerativo inerente do ser, prolongando a vida quando essas condições são favoráveis ou encurtando, quando forem desfavoráveis. Todos os seres vivos são programados para morrer, e isso significa que o envelhecimento é uma programação biológica e deve ser encarado como algo natural.
Em cães e gatos, bem como nos seres humanos e em outros animais, a modificação gradativa das células e dos tecidos resulta em uma perda da capacidade adaptativa e numa diminuição do potencial de aprendizagem, de memória e de desempenho das funções dos órgãos e sistemas. Tudo isso leva a uma maior probabilidade de surgirem doenças e mudanças de comportamento.
Além dos pelos brancos ao redor dos olhos e do focinho, você vai notar uma perda na vitalidade e na disposição do pet idoso, assim como uma maior dificuldade de realizar esforços físicos que, antes, ele fazia sem pestanejar. O que queremos dizer neste tópico é que é importante compreender o envelhecimento em si como um mecanismo biológico complexo e não como uma patologia.
Agora, quando as doenças em pets velhinhos surgem, devemos ficar bem atentos para identificá-las, já que os avanços tecnológicos da medicina veterinária permitem que a gente entenda melhor o que se passa, promovendo a cura ou uma melhor qualidade de vida para nossos amigos de quatro patas. Aliás, compreendendo o processo de envelhecimento, podemos elaborar maneiras de suavizá-lo, bem como prevenir que algumas disfunções apareçam.
Quais são as doenças mais comuns em cães e gatos idosos?
Artrose, artrite, osteoartrite e osteoartrose (OA) todos esses nomes estão associados a problemas nas articulações, porém são condições bem diferentes. O termo artrite é mais abrangente e está relacionado a inflamação de uma ou várias articulações. Em pets, assim como nos humanos, existem diversos tipos de artrite, como a reumatoide (causada por um processo imunológico), a séptica (por um microrganismo), a gotosa (por acúmulo de cristais de urato) e a osteoartrose (OA). Essa última é uma degeneração crônica da articulação, que evolui de forma lenta e progressiva.
As causas da OA podem ser:
Obesidade (sobrecarga nas articulações);
Idade (piora na velhice);
Piso liso e escorregadio;
Cirurgias articulares;
Fatores hereditários, metabólicos ou endócrinos.
A inflamação nas articulações gera um inchaço no local e um aumento na temperatura nas áreas afetadas, deixando essas regiões mais sensíveis. Essa condição gera perda da elasticidade das articulações, dificultando a mobilidade, principalmente por conta da dor.
A displasia coxofemoral, a luxação de patela e outras afecções ortopédicas e/ou neurológicas podem provocar alterações biomecânicas que, em longo prazo, favorecem o surgimento da OA.
Por mais que artrites e artrose, na maioria das vezes, sinalizem o envelhecimento dos nossos pets, é de extrema importância que você leve o seu amigo de quatro patas ao veterinário, pois há tratamentos que reduzem consideravelmente a dor dos peludos, melhorando a sua qualidade de vida. Além disso, sem acompanhamento profissional, pode ocorrer a atrofia da musculatura, uma deformidade local e, também, a perda da função do membro.
Entre os tratamentos mais eficazes, estão a magnetoterapia, que é um método anti-inflamatório e analgésico, e a hidroterapia, que promove a recuperação sem causar impactos maiores nas articulações. Os peludos ainda podem se beneficiar muito da cinesioterapia, principalmente na prevenção das complicações do quadro.
Câncer em pets idosos
O desenvolvimento de tumores também é mais comum em cães e gatos idosos. A doença tem causas variadas, desde genéticas a fatores externos, como doenças virais e exposição excessiva ao sol. Porém, o simples envelhecimento com a perda gradual das funções corporais pode estimular o crescimento desordenado de células no organismo.
Se os tumores são diagnosticados precocemente, a chance do pet se recuperar é muito mais alta. Os tratamentos podem envolver cirurgias, quimio e/ou radioterapia, além de terapias complementares que aliviem desconfortos e possíveis dores.
Preste atenção ao comportamento do seu parceiro, como perda de apetite, dificuldades para evacuar, urinar ou se alimentar e exaustão nos momentos de atividade física. Também observe se há feridas que demoram a cicatrizar, inchaços ou caroços anormais, odor estranho ou sangramentos.
Catarata em pets idosos
A catarata é uma das principais causas de cegueira em cães e gatos. A condição se caracteriza pelo acúmulo de células no cristalino do olho, tornando-os opacos. Os olhos adquirem um tom azulado e o pet vai tendo a visão deteriorada.
Com um diagnóstico precoce, é possível fazer uma cirurgia para corrigir o problema; normalmente elas são muito bem-sucedidas. Quando essa não é uma alternativa para o seu pet, o resultado é a perda parcial ou total da visão. Cabe a você ter bastante amor e paciência para guiá-lo a alguns lugares e fazer pequenas alterações na casa que facilitem a locomoção do peludo.
É bem importante destacar que pet com diabetes têm mais chances de desenvolver catarata, já que a condição está ligada ao excesso de glicose na corrente sanguínea. Por sua vez, os níveis elevados de glicose são mais comuns em cães obesos, por isso, é fundamental manter o peso ideal do seu parceiro.
Obesidade em pets idosos
A obesidade em pets é bem mais difícil de ser controlada quando eles já são idosos. Isso porque os pets perdem vitalidade e reduzem as suas atividades físicas, o que faz com que acumulem calorias e ganhem peso. Além disso, as alterações no metabolismo também favorecem o aumento de gordura corporal.
Por isso, é essencial que você troque a ração do seu cão para uma adequada a essa fase da vida — os alimentos para seniores têm menos calorias e os nutrientes necessários para reforçar o organismo do seu velhinho. Os exercícios físicos também são cruciais para manter a forma, mesmo na velhice, mas sempre respeite os limites do seu amigo de quatro patas.
Se o seu pet está aumentando de peso ainda que você tenha trocado a dieta dele, é importante verificar se não há outra condição por trás disso, como o hipotireoidismo. Essa alteração hormonal causa ganho de peso, fraqueza e ansiedade, além de comprometer a pelagem e a pele.
Doenças dentais em pets idosos
Outro processo bastante comum ao envelhecimento em cães e gatos é o desgaste gradual dos dentes. Há um acúmulo de tártaro e as chances de desenvolver doenças periodontais são grandes.
Observe se o seu parceiro anda com um forte mau hálito, se ele perdeu o apetite e emagreceu. É preciso levá-lo ao médico veterinário o quanto antes para tratar qualquer distúrbio na dentição. Existem veterinários especialistas em odontologia veterinária, assim como nós.
Lembre-se de que as rações para seniores costumam ser mais macias, mas também pode ser uma boa oferecer alimentos mais úmidos para o pet com dentes a menos.
Insuficiência renal em pets idosos
Os rins podem ser afetados em qualquer idade, mas a insuficiência renal é mais comum em pets idosos, justamente porque há a tendência de falha dos sistemas com o avanço da idade. Aqui, os rins passam a ter dificuldades de filtrar o sangue e produzir urina.
Dessa forma, os rins ficam enrugados e fibrosos, além de diminuírem de tamanho. Observe se o seu melhor amigo tem sentido mais sede que o habitual, feito xixi em grandes quantidades, perdido peso e apetite, sentido fraqueza ou vomitado.
Uma troca na dieta vai ser imprescindível para aliviar o trabalho do órgão. O veterinário poderá prescrever alguns medicamentos, assim como uma alimentação apropriada, com menos sódio, fósforo e proteínas.
A Síndrome da Disfunção Cognitiva em pets idosos (SDC)
A síndrome da disfunção cognitiva (ou Alzheimer em pets) é um problema de origem neurológica, que resulta em várias mudanças de comportamento. Essas alterações acontecem nos peludos idosos e, muitas vezes, os sinais podem ser semelhantes aos que acontecem em pessoas com Alzheimer.
É por isso que a síndrome da disfunção cognitiva acabou conhecida como Alzheimer Canino ou Felino. No geral, são acometidos os peludos com mais de seis anos de idade. Entretanto, o quadro é ainda mais comum nos bem velhinhos, com mais de 10 anos, de qualquer sexo ou raça.
Como a síndrome é resultante de alterações que acontecem no cérebro dos nossos pets e que limitam as atividades dos neurônios, o quadro apresentado não é reversível. Contudo, há tratamento, que pode ajudar a retardar a progressão dos sinais.
Os principais sinais de doenças neurodegenerativas em pets idosos
O Alzheimer em cães e gatos tem sintomas que, por vezes, passam despercebidos pelos tutores. Isso pode acontecer pelo entendimento de que a mudança é “coisa da idade”, ou porque as manifestações clínicas se confundem com as de outros problemas de saúde. Dentre os sinais da síndrome da disfunção cognitiva em pets, tutores podem notar:
Desorientação, confusão, caminhada constante;
Olhar perdido;
Ansiedade, inquietação;
Mudanças bruscas de comportamento;
Não reconhecer pessoas familiares;
Latidos, choros e uivos, especialmente à noite;
Esquecer comandos e hábitos;
Fazer as necessidades em locais que antes não fazia
Aparição de novos medos e fobias
Intolerância a brincadeiras e atividades em geral
Muito sono durante o dia e pouco sono durante a noite
Falta de apetite em alguns casos
Aumento da agressividade
Vale lembrar que gatos costumam ser mais discretos! Então se você possui um gatinho em casa, os sintomas podem não ficar tão evidentes quanto em cachorros. Por isso, é importante dar uma atenção redobrada a qualquer diferença de hábitos ou comportamentos que ele apresentar e manter sempre o acompanhamento veterinário.
Prevenção e cuidados
É importante destacar que não existe uma forma de prevenir, de fato, essa doença. Porém, quanto antes ela for descoberta, mais eficaz os cuidados serão na desaceleração da progressão dos sintomas.
Os cuidados abrangem o uso de medicamentos (psicotrópicas e vasodilatadoras), suplementação alimentar, e em alguns casos, acupuntura e homeopatia.
Além disso, existem algumas ferramentas e hábitos que você pode incluir na rotina do seu melhor amigo que também ajudará muito no controle da síndrome, como por exemplo: estimulá-lo com brincadeiras, enriquecimento ambiental, caminhadas e estimular a socialização do pet com outros animais e pessoas.
Mas, a melhor e mais necessária medida que deve ser tomada para o diagnóstico precoce e consequentemente maior sucesso no tratamento do seu amigo de quatro patas é o acompanhamento veterinário.
Check-ups gerais duas vezes ao ano, consultas veterinárias sempre que notar algum sintoma diferente e exames sempre que necessário são essenciais para detectar a Síndrome da Disfunção Cognitiva ou qualquer outro problema que o seu melhor amigo possa vir a ter.
Lembrando que qualquer diagnóstico poderá ser feito somente por um médico veterinário!
Endereço: Avenida Dezesseis de Agosto, Nº 16, São Roque - SP
Horário de funcionamento: Segunda à sexta das 08h às 20h | Aos sábados das 08h às 13h Telefone: (11) 4784-3641 | (11) 97205-9451 | (11) 96862-8725
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